Em 2020, eu Tamara Vanzela, participei de um grupo de pesquisa em parceria com Baltazar Sanabria, Helio Amante Miot e Paulo Muller, médicos tricologistas de renome mundial. Em suma, nosso estudo estava relacionado com os efeitos colaterais do uso do Minoxidil oral para tratamento de alopecia androgenética (AAG) nos pacientes.
O artigo foi publicado pelo Journal of the American Academy of Dermatology (JAAD), que é referência mundial na divulgação de estudos científicos na área da dermatologia.
Este estudo contou com a participação de 435 pacientes. Só aqui da clínica, cerca de 230 pessoas se submeteram à pesquisa, completando uma entrevista por telefone sobre os possíveis efeitos adversos do tratamento com Minoxidil oral. As entrevistas foram realizadas entre janeiro de 2017 a maio de 2020 em 3 clínicas capilares do Brasil.
Veja detalhes do artigo nesse link: https://www.jaad.org/article/S0190-9622(20)33074-7/fulltext
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DO MINOXIDIL
Por haver um interesse crescente no uso de Minoxidil oral para tratamento de alopecia androgenética (AAG), nosso grupo de pesquisa sentiu a necessidade de observar os possíveis efeitos adversos desse protocolo medicamentoso nos pacientes levando em consideração questões como a dose, sexo, idade e cor.
De acordo com a pesquisa, entre os efeitos adversos mais citados, podemos destacar a Hipertricose, sendo relatado por 55,4% dos pacientes. Entre eles, 68,9% referiram um aumento dos pelos em até 2 áreas do corpo e apenas 3 homens (1,4%) observaram o aumento de modo generalizado.
32% dos pacientes relataram o shading, que é a queda de cabelo no início do tratamento, como outro efeito adverso. Outros sintomas e reações relatadas foram:
- 6% dos pacientes tiverem edemas
- 9% dores de cabeça (cefaleia)
- 7% insônia
- 2% pesadelos
Os registros dos efeitos adversos foram coletados por meio de um questionamento ativo ao invés de um registro passivo de queixas espontâneas.
Além disso, foi observado que os únicos dados dos efeitos colaterais associados a dose/peso nos homens foi a Hipertricose e nas mulheres a cefaleia. Dessa forma, compreender essas diferenças são fundamentais para personalizar os tratamentos, indicando doses corretas para cada perfil de paciente.
SAIBA MAIS SOBRE A HIPERTRICOSE PELO USO DE MINOXIDIL ORAL
A Hipertricose é uma condição caracterizada pelo crescimento excessivo de pelos no corpo e pode afetar tanto homens quanto mulheres. É uma condição rara que pode ser causada por uma série de fatores como:
- Predisposição genética
- Mutações genéticas hereditárias
- Uso de medicamentos
- Distúrbios hormonais
Como citado acima, alguns medicamentos podem causar a Hipertricose e o Minoxidil é um deles. Na pesquisa realizada, os pacientes relataram um aumento dos pelos nos membros inferiores, púbis, testa, cílios, dorso e tórax.
A Hipertricose induzida por medicamento ocorre devido a alterações na fase de crescimento dos pelos, estimulando o aumento da quantidade e da espessura deles. No entanto, essa condição é geralmente reversível, diminuindo quando o uso do medicamento é interrompido ou substituído.
Se o aumento dos pelos causar qualquer desconforto emocional e social, é importante conversar com o médico tricologista, ele irá reavaliar o protocolo de tratamento para equilibrar os benefícios do medicamento em relação aos seus efeitos adversos, considerando as necessidades individuais de cada paciente.
O TRATAMENTO DE ALOPECIA ANDROGENÉTICA (AAG) COM MINOXIDIL ORAL
A alopecia androgenética (AAG), também conhecida popularmente como calvície, é uma condição comum, caracterizada pela perda progressiva de cabelo, em que os fios vão ficando cada vez mais finos, até não nascerem mais.
O Minoxidil é um medicamento que já é amplamente usado para tratamento tópico da alopecia androgenética, e hoje, também pode ser administrado de forma oral em alguns casos específicos.
Devemos salientar que é o médico tricologista que irá prescrever o melhor tratamento, após a realização de uma avaliação minuciosa.
O Minoxidil oral é um vasodilatador inicialmente desenvolvido para tratar a hipertensão arterial. No entanto, observou-se que um de seus efeitos colaterais era o crescimento de cabelo em algumas pessoas. Assim, com base nessa descoberta, diversos estudos foram realizados com o uso de Minoxidil oral em baixa dosagem para o tratamento de alopecia androgenética (AAG).
Sendo assim, em geral o medicamento é prescrito em doses baixas, tendo como ação principal promover a vasodilatação dos vasos sanguíneos do couro cabeludo, melhorando a circulação na região e, desse modo, estimulando o crescimento do cabelo.
Nem todos os casos de alopecia androgenética (AAG) terão como recomendação o uso do Minoxidil. Assim, devemos destacar que – como qualquer medicamento – o Minoxidil oral deve ser usado sob prescrição do médico tricologista. Ele é quem irá acompanhar de perto toda a evolução do quadro do paciente. Além disso, os protocolos de tratamentos irão variar de pessoa para pessoa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O minoxidil oral é uma opção terapêutica para o tratamento da alopecia androgenética (AAG). Afinal, sua eficácia tem sido comprovada em estudos clínicos rigorosos. Entre eles, nosso estudo também veio corroborar essa importância em trabalhar com informações cientificamente comprovadas para garantir a segurança e eficácia dos tratamentos aos pacientes.
É uma honra ter um estudo publicado por um meio respeitado mundialmente na dermatologia como o JAAD (Journal of the American Academy of Dermatology), e contribuir com as pesquisas e o desenvolvimento desse setor que influência positivamente a vida das pessoas.
Afinal, há diversos estudos e pesquisas sendo publicados diariamente com o intuito de enriquecer cada vez mais a literatura sobre a dermatologia capilar, validar dados e informações e proporcionar uma evolução em tratamentos e medicamentos.
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