Ao longo do tempo houve uma notável evolução das técnicas de transplante capilar. Podemos considerar inclusive, que este foi o procedimento cirúrgico que mais se desenvolveu com o passar dos anos e cada vez mais surgem estudos e novas possibilidades na área.
Tudo começa em 1939 no Japão, quando o dermatologista Dr. Okuda realizou enxertos de couro cabeludo em pacientes com lesões capilares em decorrência de queimaduras. Nesses casos, foi possível observar que o cabelo mantinha seu crescimento normal na região que foi enxertado.
Apesar dessa grande descoberta, os estudos relacionados ao transplante capilar foram retomados apenas na década de 50.
Houve muita evolução e trabalhos de pesquisa de lá até aqui, e no decorrer do texto, vamos passear pela história para revisitar momentos que foram de máxima importância na evolução das técnicas de transplante capilar.
AS DÉCADAS SEGUINTES: ESTUDO E EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA FEZ TODA DIFERENÇA
Os primeiros enxertos de couro cabeludo foram realizados no final dos anos 30, em pessoas com cicatrizes decorrentes de queimaduras e feridas de guerra. Apesar dos primeiros transplantes datarem deste período, o procedimento não foi utilizado para o tratamento da calvície nesta ocasião.
Foi apenas na década de 50, nos Estados Unidos, que o transplante capilar foi empregado para o tratamento de pessoas com calvície. O Dr. Orentreich constatou que os fios transplantados mantinham seu crescimento normal na região calva.
A técnica foi denominada de “Método dos Tufos”, pois os fios eram retirados da área doadora e inseridos na região calva por meio de punchs de 4 a 5 mm e continham vários fios presentes nos enxertos.
Apesar de ter sido considerada uma grande evolução, esse método danificava a região doadora e a área receptora ficava com a aparência de “cabelo de boneca”, devido as cicatrizes circulares que ficavam aparentes.
Além disso, durante a retirada dos folículos, era normal ocorrer a perda de algumas raízes, o que prejudicava o resultado final do transplante capilar.
A DESCOBERTA DAS UNIDADES FOLICULARES
Nas décadas seguintes, mais estudos foram realizados e publicados sobre o transplante capilar, além da atualização e desenvolvimento de instrumentos para melhorar os resultados.
Tanto que nos anos 80, os enxertos utilizados no procedimento eram bem menores e compostos de cada vez menos fios, o que deu início ao processo de melhoria do aspecto e a aparência do cabelo ao final do processo de transplante.
Em 1984, o Dr. Headington marcou seu nome na história da medicina e do transplante capilar ao publicar um estudo minucioso sobre o couro cabeludo.
Por meio de suas pesquisas, ele descobriu que a estrutura do folículo capilar é composta de um a quatro fios protegidos por um tecido conjuntivo, denominado por ele de Unidades Foliculares.
MICROTRANSPLANTE CAPILAR: COMO O USO DO MICROSCÓPIO POTENCIALIZOU OS RESULTADOS
Todo o processo era feito a olho nu, até que em 1988, a introdução do uso do microscópio revolucionou as técnicas de transplante capilar. O Dr. Bobby Limmer foi o primeiro a usar o equipamento (o que hoje parece ser óbvio!) para separar as unidades foliculares.
Pode parecer simples, mas o uso do microscópio possibilitou se conhecer mais sobre as unidades foliculares, como o fato dos fios terem direções diferentes e em um mesmo folículo haver 1, 2 e até mesmo 3 raízes.
Além disso, o resultado do transplante foi potencializado, pois o processo de extração e implantação dos fios se tornou ainda mais preciso.
A possibilidade do implante fio a fio com o uso do microscópio foi um passo fundamental para o desenvolvimento das técnicas que são utilizadas hoje como a FUT (Follicular Unit Transplantation) e mais recentemente a FUE (Follicular Unit Extraction).
A diferença primordial entre estas técnicas é que na FUT, uma faixa contendo os folículos é retirado do couro cabeludo, o que pode deixar uma cicatriz linear mais aparente, principalmente se o cabelo estiver mais curto. Já na FUE, a extração é feita fio a fio, diminuindo a incidência de cicatrizes e contribuindo com um resultado ainda mais natural. (Saiba mais sobre as técnicas neste texto).
Além disso, com a evolução dos métodos e desenvolvimento de instrumentos e tecnologias cada vez mais potentes, hoje é possível realizar o transplante em outras regiões como: barba, sobrancelhas, tórax e membros e usar folículos dessas áreas para ser transplantado no couro cabeludo.
A indicação sobre qual método seguir, e se haverá necessidade de combinar as técnicas para a realização do transplante capilar, é determinada pelo cirurgião dermatologista, segundo as avaliações e exames solicitados no pré-operatório.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além do método FUE, existem diversas outras técnicas que podem ser usadas de modo combinado, desde que haja indicação do cirurgião dermatologista.
Novos instrumentos de extração e implantação dos fios, assim como os avanços tecnológicos, instrumentos e lupas cada vez mais eficientes têm ajudado muito na evolução das técnicas de transplante capilar, desde a preparação no pré-operatório até o resultado obtido ao final do processo.
Além disso, o estudo e a capacitação contínua do cirurgião dermatologista e de sua equipe, bem como a imersão em novos conhecimentos têm permitido resultados cada vez mais seguros, precisos e duradouros.
Outro ponto que fez toda a diferença, é a naturalidade na aparência do cabelo que hoje em dia o transplante capilar oferece aos pacientes.
Não há uma técnica ideal ou melhor para todos. Cada caso é avaliado de modo único e personalizado, pois cada paciente possui uma necessidade e expectativas com o transplante capilar.
Cabe ao cirurgião dermatologista, por meio de uma anamnese detalhada estabelecer o a melhor técnica a empregar no transplante capilar, bem como a necessidade de combiná-la com alguma outra.
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